quarta-feira, 14 de novembro de 2007

O que doi mais? - Parte 01

Antes de mais nada, quero deixar bem claro que eu sou totalmente avesso a preconceitos e por consequente, discriminação por qualquer tipo de coisa!

É certo que toda guria e todo moleque já passou pela experiência do Pé-na-Bunda, mas se tem um detalhe que diferencia cada um é justamente o motivo pelo qual acarretou no fora, seja ele banal ou em efeito cascata. Tem certas situações em que a influência externa (entenda-se por "amigos" e "amigas") é o estopim para que um possível casal ou um propriamente dizendo se separe. Até aí nada de anormal, mas quando a separação se transforma em briga, por consequência ódio com direito a violência física, pode ter certeza de que alguma coisa está redondamente errada. E eis que surge a questão: O que doi mais? Rompimento de elos ou rejeição por uma das partes?

Imaginemos a seguinte situação (Qualquer semelhança NÃO É mera coincidência):

Um moleque acaba de terminar a 8ª Série. Por causa deste mísero detalhe, ele vai para uma outra escola que originalmente não seria onde estudaria por mais três anos. Lá dentro, ele acaba por entrar em estado de Depressão cujo clímax é ficar acordado todas as noites ouvindo FM e suas gravações em CD. Os dias vão se passando e seu único consolo é as poucas horas de conversa com uma velha amiga ao telefone sempre quando possível.

Antes que o primeiro semestre se encerrasse, no final de maio, em mais um típico dia de aula, o moleque se recosta em sua carteira quando vê bem na sua frente, uma bolsa preta com um adereço bem peculiar: um chaveiro na forma de sapatilha de ballet. Em poucos instantes, na mente do moleque, identifica parcialmente a bolsa como pertencente a mesma amiga que mantém contato via telefone. Porém, a dona logo aparece: uma guria no início de seus quinze anos, com cabelos lisos, pele morena, olhos coloridos além de ela ser uma mestiça.

Sem hesitar, o moleque a chamou e do nada, ambos começaram a conversar até o momento em que um disse o nome ao outro. Por um instante, devido ao apelido da guria, o moleque pensou que se tratava da prima de sua velha amiga, mas ao olhar um documento dela, descartou a hipótese. Após algumas especulações de como ela era, percebeu de imediato que a guria tinha boas idéias, além de um bom gosto para música... O tempo foi transcorrendo num ritmo lento, dando a oportunidade de um realmente conhecer o outro nos mínimos detalhes. Nesse meio tempo, a guria estava namorando quando num dia de aula, ou melhor, na hora do intervalo, o moleque a vê chorando na sala de aula, mas nem se importa a princípio. Ao mesmo tempo que ela namorava, ele começou a pensar nela noite após noite.

Dias depois, veio a notícia de que a guria estava solteira novamente e ao tentar descobrir o motivo da separação dela, o moleque fica sabendo que fora da pior maneira possível, dando brecha para que pudesse realmente se aproximar da guria. No segundo semestre, ambos já eram os melhores amigos a ponto de sempre fazerem trabalhos, provas e derivados lado a lado. Por ainda ter a idéia fixa de querer estudar num lugar considerado melhor, o moleque faz de tudo para que pudesse ser transferido.

Pouco a pouco, essa fixação acabou por lhe render a consequência: se fosse transferido, talvez nunca mais a veria. Logo, passou a tirar inúmeras fotos de seus poucos amigos e em especial, a guria. Chegado o último dia e convicto que sairia da escola, ao se despedir dos colegas de primeiro ano, ficou calado e ao abraçar a guria, sentiu que já era tarde demais: estava amando mais uma vez e não poderia deixá-la. Sem querer, acabou por tentar dar-lhe um beijo que sob o ângulo do restante dos alunos, dava a impresão que ambos haviam se beijado.

O primeiro ano se acabara... Durante as férias, os dois continuaram a se falar, mandando até lembranças via telefone no ano-novo. Em poucos dias, o moleque descobre que não sairia da sua atual escola, além de ter visto que ainda continuaria por mais um ano com ela. Dito e feito: lá estavam os dois lado a lado novamente, mas o futuro reservava encalços quase irreversíveis...

Bom, eis a primeira parte deste quase-conto... Depois tem mais!

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